TRANSLATE:

22.2.19

Etapas para meditação: diferença entre concentrar e meditar

Hoje é dia de Lua Cheia e muita gente vai meditar.
Qual a diferença entre concentrar e meditar? Como alcançar a meditação? Conheça os estágios ou etapas de práticas.
Outros posts descreveram a minha experiência com a prática de meditação diária, de 10 minutos, com dicas de contagem e curtas observações sobre as etapas.
É comum a confusão entre reflexão e meditação, com afirmações tal qual "estive meditando sobre a minha vida" ou "vou meditar sobre o assunto". Todavia, o uso da palavra meditar nesse contexto é equivocado, sendo mais adequada a escolha do verbo refletir..
Concentração também não se confunde com meditação. Concentrar é um ato relativo ao foco em determinado objeto. Na minha formação na Uni-Yôga eu aprendi a diferenciação entre os conceitos de concentração e meditação, o que pode servir para melhor observação dos fenômenos. A clareza entre percepção, concentração e meditação são igualmente importantes, para que se saiba qual prática está sendo realizada e conquistar a verdadeira meditação.
No Yôga Sútra de Patanjali lê-se no item 1.2: "Yoga chitta vritti nirodha", que significa "Yoga é a cessação (nirodha) dos vórtices (vrittis) da substância mental (chitta)".
O processo para cessar as ondas mentais pode ser alcançado mediante diferentes práticas e o Yôga é uma delas. Criei essa imagem para resumir a divisão das etapas. De modo clássico fala-se das 4 últimas, acrescentei presença para facilitar a compreensão especialmente para quem não é yogi mas quer meditar.
A fim de clarear ainda mais, separei em 5 estágios de práticas:

Presença/Percepção: estado de atenção, se perceber no espaço, sentir o corpo encostando o chão, os aromas, os ruídos, ou seja, vivenciar o presente. A percepção da existência de pensamentos sobre o passado e o futuro devem ser substituidas somente pela percepção do momento presente.


Pratyáhára: a abstração dos sentidos, técnica de isolamento da percepção acima citada, especialmente relativa aos sons cotidianos que muitas vezes "atrapalham" o momento. Aquela buzina, aquele latido, a música do vizinho.

Dháraná: a concentração. a técnica de concentração pode ser exercitada com os 5 sentidos. Pode-se escolher o foco num aroma, o foco num símbolo para se fixar o olhar (de olhos abertos ou fechados), num mantra. Com o auxílio de pratyahara, a única atenção será ao objeto escolhido e nada mais. Aqui se encaixa a técnica de contagem que descrevi no post sobre meditação diária.



Dhyana: a meditação. estado em que se pratica chitta vritti nirodha. Se em dhárana havia o foco em apenas um objeto, em dhyana este desaparecerá. É o que resta. Um breu. Uns pontinhos. Fique aqui e agora em dhyana.
Samádhi: a iluminação. O objetivo do Yôga. Para os budistas, o nirvana. Alto estágio de desenvolvimento pranico, é o ápice meditativo.

A fim de estudar mais sobre o tema, leia o Yoga Sutra de Patanjali. Na abertura do post eu coloquei uma imagem com 5 palavras, sinalizando 4 delas com estrelas amarelas. Elas constituem os últimos 4 passos descritos por Patanjali para a iluminação.
Namastê!

Nenhum comentário:

Postar um comentário